terça-feira, 15 de junho de 2010

Labirinto - de Jorge Luís Borges

Jorge Luís Borges(1899-1986). Argentino, considerado o maior filósofo da América Latina. Neste poema apresenta o “homem” diante da perplexidade da vida que se mostra como algo dinâmico e incontrolável. Remete-nos ao “devir e devenir” de Heráclito, aos “paradoxos da pós-modernidade” de Baudrillard, (Inspiração para o Filme Matrix1999, dos Irmãos Wachowski), e por último a Vida como ‘Rede’, “Não tem nem anverso nem reverso, Nem externo muro nem secreto centro. Não esperes que o rigor do teu caminho, Que teimosamente se bifurca em outro”. (*)
(*)http://eproinfo.mec.gov.br/forumnovo_lis2.php?sid=3EC8A4CEC5F470A49979F36351E70187&codmensagempai=2339021&minimo=1


LABIRINTO


Não haverá nunca uma porta. Estarás dentro
E o alcácer abarca o universo
Não tem nem anverso nem reverso
Nem externo muro nem secreto centro.
Não esperes que o rigor do teu caminho
Que teimosamente se bifurca em outro
Tenha fim. É de ferro teu destino

Como teu juiz. Ao aguardes a investida
De touro que é um homem e cuja estranha
Forma plural dá horror à maranha
Da interminável pedra entretecida.
Não existe. Nada esperes. Nem sequer
A fera, no negro entardecer.

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